Gerir é essencialmente tomar decisões. E as decisões afetam não só os nossos recursos como também as pessoas que nos rodeiam. Por isso é tão difícil!
De acordo com Orlando Rolo “Entende-se por gestão o acto, processo ou efeito de gerir, administrar, dirigir.” (Rolo, 2008, p. 74)
Pode dizer-se que a actividade de gerir está intimamente ligada ao conceito empresa, entidade que se pode caracterizar como “Uma unidade económica que, através de uma organização, combina distintos factores humanos, matérias e financeiros, em determinadas quantidades, para a produção de bens ou serviços com o intuito de alcançar fins predeterminados.” (Sacristán, Jerez, & Ajenjo, 1996, pág. 23)
Já do ponto de vista de quem gere (o gestor), e “Dum modo mais geral, pode entender-se como o conjunto de actividades realizadas de determinado modo, ou processo, preferencialmente óptimo, por um indivíduo ou conjunto de indivíduos com o fim de atingir certos objectivos ou obter determinados resultados.” (Rolo, 2008, p. 74)
Assim, gerir não é mais do que equilibrar esses factores, actividades, processos, indivíduos, recursos, objectivos, resultados, numa combinação óptima de modo a obter o máximo resultados dos mesmos, num processo contínuo de tomada de decisões.
O que é a gestão de um clube desportivo?
Já é passado o tempo em que um clube desportivo não era visto como uma empresa desportiva – hoje é uma realidade!
Duma perspectiva mais completa, podemos definir a Empresa Desportiva como:
“la unidad económica que a través de una organización, combina distintos factores humanos, materiales y financieros, en unas cantidades determinadas, para la producción de servicios deportivos, con el ánimo de alcanzar unos fines determinados”. (Sacristán, Jerez, & Ajenjo, 1996, pág. 25)
A gestão do clube hoje em dia, muito diferente do que se fazia no passado, é como a gestão de uma empresa regular, considerando a especificidade desta organização.
Fernando de Andrés por seu lado, deixa-nos uma definição de gestão muito adaptada à realidade dos clubes desportivos.
“Por lo tanto estamos hablando de algo que, sobre unas bases operativas de carácter comercial, y teniendo en cuenta unos fines que no deben ser solo monetarios, proporcione servicios de ocio y deporte de suficiente calidad para que sean competitivos en la situación en que se producen. Habrá por ello, y como mínimo: un titular, un gestor, unas instalaciones, unos medios materiales y económicos, unos recursos humanos y técnicos y una clientela que acude para satisfacer sus necesidades. La interacción entre todos estos elementos compondrá lo que denominamos “Gestión”.” (Andrés, 1997)
Assim, vivemos uma época em que se aplicam os princípios da gestão moderna de empresas, os que são úteis, à gestão de clubes desportivos, na perspectiva de obtenção dos melhores resultados desta opção.
“Qualquer empresa é um conjunto de actividades executadas para projectar, produzir, comercializar, entregar e apoiar o seu produto. A cadeia de valores de uma empresa e o modo como ela executa cada actividade reflecte na sua história, a sua estratégia, a implementação dessa estratégia e a economia básica das próprias actividades” (Porter, 1985)
Na estrutura do clube identificam-se vários elementos que cabe à gestão coordenar:
- Recursos Humanos
- Recursos Materiais
- Recursos Financeiros
De modo a simplificar a tomada de decisão, são criadas dentro da organização vários patamares de decisão, ou departamentos, de modo a que à gestão não cumpra a tarefa de analisar exaustivamente cada processo, mas consiga partir para a tomada de decisão com uma boa parte da informação já processada.
Como exemplo menciono algumas áreas da gestão cujo uso está hoje perfeitamente indexado a departamentos que um qualquer clube deve possuir:
- Gestão de Recursos Humanos
- Gestão de Marketing
- Gestão Financeira e Económica
- Gestão de Imobilizado ou de Instalações
- Gestão das Comunicações e dos Sistemas de Informação
- Gestão da Qualidade