Mas afinal o que é um plano estratégico para um clube desportivo? Neste artigo vou tentar explicar de modo breve o que é e para que serve este documento.
Um planeamento estratégico é um processo de gestão definido num documento estruturado onde é feita uma análise da realidade histórica e actual de uma determinada organização (interna e externamente), e, com base nessa análise e nos objectivos delineados, se propõe um conjunto de estratégias e programas de acção que, a serem implementados com as directrizes indicadas, conduzem a organização à consecução dos objectivos delineados.
Este documento não se limita a identificar um conjunto de objectivos, propondo um conjunto de estratégias para os alcançar.
Estas estratégias são propostas com base no estudo que o documento encerra de modo a que o processo tenha coerência e sustentação.
O planeamento estratégico tem esta particularidade que é considerar a situação histórica da organização para compreender a actual e com base nestas duas projectar uma situação futura desejada que implica necessariamente alterações ao que está mal.
“Há autores que colocam em dúvida o Planeamento Estratégico, mas pode ser unicamente um problema de semântica, por dar-se ao termo “planeamento”, a acepção clássica de desenhar o futuro como prolongamento do passado. Não é este o sentido que devemos dar ao mesmo.” (Navaza, 2008, p. 37)
A implementação de um Plano Estratégico torna-se ideal com a adopção de um sistema de gestão estratégica, processo que envolve os gestores de todos os níveis da organização, que formulam e implementam objectivos estratégicos departamentais.
Os sistemas de direcção baseados em Planificação Estratégica enfrentam actualmente o problema da instabilidade do envolvente económico, sendo que um Planeamento Estratégico é adequado para implementação em ambientes económicos com grande frequência de alterações mas de certo modo estáveis.
A instabilidade dos ambientes económicos da actualidade não inviabiliza a utilização eficaz de planeamentos estratégicos, devendo no entanto ser tomada em consideração o âmbito do plano e a sua duração, sendo uma ferramenta muito eficaz para períodos de tempo curtos (6 meses a 1 ano) ou médios (máximo 3 anos), tratando-se de projectos muito específicos.
“Uma outra questão da validade do Planeamento Estratégico surge na questão: o que acontece se não se planear? Talvez nada, até pode ser que se obtenha êxito; todavia, sem um plano:
- Há mais possibilidade de improvisar;
- Existe um maior grau de incerteza;
- Depende-se em maior grau da sorte;”
(Navaza, 2008, p. 37)
A implementação do plano deve ser faseada, tendo como condicionantes principais os custos envolvidos e o tempo necessário para concretização de cada acção.
Esta implementação é um trabalho em equipa de dimensão considerável e levará tempo a implementar cada uma das opções apresentadas.
Paralelamente haverá necessidade de formação dos vários colaboradores envolvidos.
O controlo é “A identificação e colocação em prática das acções correctivas para que os resultados reais se adeqúem aos previstos”. (Navaza, 2008, p. 121)
O controlo é uma das funções da direcção, com base em informações recolhidas junto de sócios e colaboradores. A qualidade da informação recolhida ditará a qualidade do controlo.
No controlo reside uma boa parte do sucesso de um Plano Estratégico.
No momento de concepção de programas e acções específicas, inseridas numa determinada estratégia para alcançar um determinado objectivo, são tomadas como base algumas condições que podem sofrer alterações com o tempo.
Por consequência, no momento de implementação desses programas, o efeito obtido pode não corresponder ao desejado por alteração dessas condições.
Assim, o grande mérito do controlo está na implementação dinâmica do Plano Estratégico, avaliando e repensando as estratégias, programas e acções no momento de entrada em funcionamento, de modo a garantir o sucesso e consecução dos objectivos.